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Um AT na Escola

A educação inclusiva é um assunto que vem sendo bastante discutido pelos meios de comunicação, como sites, televisão, rádio e redes sociais. Em sua formalização teórica, a ideia de preparar e adequar o ambiente educacional para as diversas singularidades do aluno é ótima, contudo, o que se percebe na prática são as dificuldades para planejar e colocar em prática intervenções eficazes para realizar a desejada inclusão.

Um dos requisitos para se considerar que a educação é inclusiva é permitir que as estruturas, sistemas e metodologias de ensino atendam às necessidades de todas as crianças. Difícil? Certamente é mais difícil do que se imagina!

Pensemos em uma escola que possua uma estrutura física que consiga atender todo tipo de pessoa com deficiência; tem um sistema de ensino que propõe integrar as matérias, buscando trazer o assunto para mais próximo da realidade do aluno e, como se não bastasse, os professores são ótimos e muito bem preparados!!!

Se assim for, acabamos de montar um ambiente educacional preparado para receber as diversas singularidades de alunos que virão. Certo? Errado! Errado?

Na aula de Ciências:

Professora – Como eu ia dizendo turma, nos fenômenos físicos não há transformação de novas substancias, já nos fenômenos químicos… Como eu ia dizendo turma, nos fenômenos físicos não há transformação de novas substancias, já nos fenômenos químicos… Joãozinho!!! Esta é a quarta vez que peço, vire pra frente… a aula está aqui e não com o Zequinha.

Na aula de Geografia:

Joãozinho – Professora, posso ir ao banheiro? Estou apertado.

Professora – Sim.
(40 min depois Joãozinho volta)

Na aula de Matemática:

Professor – Joãozinho, vá na lousa e resolva o exercício 6.

Joãozinho – Não! (joga o caderno no chão).

Na reunião de pais:

Coordenadora – Ele não mostra interesse pelas matérias, não está trazendo as lições de casa e se recusa a fazer as de sala; pede para ir ao banheiro várias vezes e quando vai não volta, fica virado para trás e atrapalha os outros alunos, as notas estão baixas e, além disso, ameaçou o professor de Matemática com uma tesoura na semana passada.

Pais – Não sabemos mais o que fazer, já tiramos celular, computador, videogame.

Psicóloga da escola – Acreditamos que existe uma pessoa que possa ajudá-lo!

Pais – Quem?

Psicóloga da escola – Um AT.

Esse é um possível exemplo de situação em que o AT pode ajudar. O caso de Joãozinho foi propositalmente citado, pois muitas pessoas acreditam que um AT na escola trabalha apenas com pessoas portadoras de “necessidades especiais”, o que não é verdade… No caso acima, por exemplo, foram referidos problemas, tais como: motivação, impulsividade, esquiva, oposição; questões de ordem do comportamento que interferem diretamente no aprendizado e no ambiente escolar.

Como visto no exemplo, o maior número de indicações desse tipo de profissional vem de psicólogos clínicos e escolares, psiquiatras, neurologistas e outros profissionais da saúde. As escolas, contudo, apesar de presenciarem com frequência casos como o de Joãozinho, resistem em aceitar este tipo de profissional.

Isso ocorre, dentre diversas possibilidades, pois podem existir algumas ideias pré-concebidas:

– O AT ficará observando os erros dos professores e profissionais da escola

– Os pais de outros alunos podem não gostar de uma pessoa dentro da sala.

– O AT pode atrapalhar a interação dos outros alunos, pois eles podem ficar inibidos com sua presença.

Esses são alguns exemplos que podem gerar “receio” na hora de se aceitar o AT atuando dentro do contexto escolar, porém, precisamos deixar claro que o AT não tem como responsabilidade, função ou objetivo apontar erros, problemas ou quaisquer situações escolares que não estejam relacionadas às questões importantes para a principal pessoa com quem ele está trabalhando (o aluno), mas tem por responsabilidade observar o ambiente e mostrar para as pessoas que estão nele envolvidas se é possível melhorá-lo, pautado sempre pela ética e com o objetivo único de desenvolver seu trabalho para a melhora de seu cliente quem ele está trabalhando (o aluno), mas tem por responsabilidade observar o ambiente e mostrar para as pessoas que estão nele envolvidas se é possível melhorá-lo, pautado sempre pela ética e com o objetivo único de desenvolver seu trabalho para a melhora de seu cliente.

É verdade que pais de outros alunos podem achar estranho a presença de um adulto, além do professor, dentro da sala de aula, porém, se estamos falando de educação inclusiva, é função da instituição de ensino adequar seus espaços para atender todo tipo de individualidade (seja de maneira estrutural ou com profissionais capacitados para atender as demandas que vierem) e encontrar meios que deixem todos, na medida do possível, informados sobre o que está acontecendo, explicando as necessidades e as razões para as alterações realizadas. Geralmente essas ações são suficientes para que os pais entendam e também auxiliem a instituição de ensino.

Sobre a interação com a turma, o AT pode ou não influenciar. Isso dependerá do objetivo do trabalho e do manejo do próprio AT em relação aos coordenadores, orientadores, professores, demais funcionários da escola e os alunos em si.

Geralmente, os objetivos do trabalho com o AT estão relacionados aos comportamentos de estudo e comportamentos em prol da interação social. No primeiro, a atuação do AT pode ser feita de maneira “silenciosa”, ou seja, ele interage apenas com o aluno que executa as tarefas e, quando necessário, com os outros alunos; entretanto, é necessário combinar com a escola sobre a maneira como esse AT será apresentado à turma e à escola como um todo.

Já na proposta de comportamentos em prol da interação social o AT pode interferir de maneira mais ativa e não muito “silenciosa”, podendo criar vínculos com os outros alunos e também mediando (“criando pontes” para) a interação do aluno “alvo” com os demais, tanto em sala de aula como em outros espaços combinados entre o AT e a escola. Novamente, salienta-se que é necessário ter combinados com a escola sobre de que maneira esse AT será apresentado à turma e à escola como um todo.

Para concluir, o trabalho do AT é sem dúvida um instrumento valioso e eficaz para o desenvolvimento de uma educação inclusiva. A soma desse, associada com o trabalho dos outros profissionais e uma intensa comunicação sobre o caso, garantem ótimos resultados.

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